"A vida é uma farsa que todos devem representar. A nossa pálida razão esconde-nos o infinito..." (Rimbaud)
"Vida é o drama criativo da existência." (Arthur da Távola)
“A vida, afinal, talvez seja uma encenação do desespero”. (Alberto Raposo Pidwell Tavares)




sábado, 7 de março de 2009

Até quando?!

Será que um dia tudo isso vai ser diferente?! Será que um dia eu ainda vou conseguir mudar?! Ou será que vou viver pra sempre a busca do nunca encontrar?!

Até quando?!
Até quando irá prevalecer em mim a doce ingenuidade de menina sonhadora, a despeito de tantas experiências já vividas?! Até quando a vida vai me impôr lições que eu me nego a aprender... até quando ela vai me mostrar realidades nas quais teimo em não crer?! No final, qual de nós duas irá vencer?!

Às vezes parece que vou finalmente derrotá-la; noutras, tanto faz... já não tenho mais nada a perder...

Quantas vezes mais será necessário eu tropeçar, desabar, cair e outra vez levantar, acreditando que dali em diante tudo será diferente, até cair de novo e perceber que as porradas que já levei da vida, ainda não foram o suficiente?!
Até quando eu e a vida travaremos esse íntimo duelo: ela me dizendo pra desistir de amar e eu esperando encontrar o meu príncipe sem castelo...! Ela me coroando com feridas e dor, e eu insistindo em lutar pelo que eu quero...

Ah! de que me serve tanta determinação?! De que me adianta ser tão obstinada, se cada vez que penso estar na direção certa, me pego a caminhar pela mesma tortuosa estrada?! e no final dela, tudo o que encontro é uma porta fechada... Esforço-me pra tentar abri-la, mas é em vão... o que há por atrás é somente desilusão, mais nada!
É como caminhar no escuro tateando as paredes até se acostumar com as trevas pra se sentir novamente seguro... Então, quando seus olhos já se habituaram à escuridão, de repente se acende uma luz, tão forte, tão intensa que te seduz e por um longo tempo te ofusca a visão... e você, entre tonto e deslumbrado, anseia por enxergar com maior precisão o que está do outro lado. Mas quando a vista desencandeia e você pensa que vai finalmente encontrar a porta que tanto buscou no escuro, percebe que nada há diante de si... já não há saída; você bateu de novo com a cara no muro... Até quando?! Até quando terei que deixar o que buscava no ontem ser novamente adiado para o futuro?!

Até quando?! Até quando e quantas vezes mais vou precisar ouvir juras de "amor eterno" pra entender o quanto o "eterno" dos outros pode ser fugaz?!
Até quando e quanto tempo mais ainda vou insistir em encontrar um amor daqueles que com o tempo não se desfaz?! Até quando e quantas vezes mais?! Até quando e quantas vidas mais precisarei viver, pra desistir da minha estranha faceta de alimentar sonhos de Alice, em busca de um amor de Romeu e Julieta?!