"A vida é uma farsa que todos devem representar. A nossa pálida razão esconde-nos o infinito..." (Rimbaud)
"Vida é o drama criativo da existência." (Arthur da Távola)
“A vida, afinal, talvez seja uma encenação do desespero”. (Alberto Raposo Pidwell Tavares)




sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Moinhos de vento, Muralhas de ilusão...


É errando que se aprende?! Pois bem... ou eu sou muito burra, ou vou precisar nascer tartaruga da próxima vez... Quem sabe vivendo uns duzentos anos eu consiga chegar ao estágio da aprendizagem! Pois esta encarnação, só está sendo suficiente para cometer os erros... creio que a parte do aprendizado vai ficar para a próxima...

Já errei tanto tentando ser a certinha... pra que será que me ensinaram que o certo era ser certinha?! Só pra que eu me ferrasse de “consciência limpa”?!

É incrível a minha capacidade de sempre acreditar que as verdades podem não ser tão verdadeiras assim e depois insistir para que elas continuem sendo verdade quando deixam de existir...

A minha capacidade de ignorar o meu sexto sentido, mesmo quando ele pode ver/ler, ouvir, dizer, gritar, sentir, farejar, degustar e até tocar as coisas é simplesmente lastimável!

Por muito tempo – tempo demais, pra ser sincera – carreguei o peso de uma cruz que eu não merecia... uma cruz que eu mesma me impus pra me punir de erros que eu jamais cometi... Sofri sozinha com a minha carga, até que um dia um Anjo apareceu e tentou de várias formas me aliviar do peso dela, mostrando-me que essa cruz não era minha. Mas eu fui “adestrada” pra acreditar que precisava me punir, que não podia abandonar aquela cruz e acabei punindo também aquele Anjo que tentou salvar-me dela, mesmo ele nada tendo a ver com as minhas auto-penitências... Um dia, então, cansado e vencido, ele bateu asas e foi-se afastando de mim... de pouco em pouco... até tornar-se distante... até ficar inatingível...

E de repente, o peso sobre os meus ombros se multiplicou incontáveis vezes, até que eu não pudesse mais suportá-lo e caísse em um abismo escuro e profundo... um buraco negro... um poço sem fundo... Finalmente, na queda, soltei a cruz que por tanto tempo carreguei, mas junto à sensação de alívio que me salvava veio a condenação da perda...

Em queda livre, continuei despencando sem conseguir encontrar o fundo do poço... “O fundo do poço às vezes é um bom lugar... ao menos você sabe que não tem mais para onde ir e o único caminho que resta é a subida...” Mas como é dura a escalada de volta, ainda mais quando seus pés ainda não encontraram o fundo do poço e seus olhos não conseguem vislumbrar qualquer clarão de luz...

Fiquei esperando que meus pés tocassem o fundo do poço, ao menos eu teria o chão sob eles, ainda que lamacento, escorregadio e fétido... ao menos haveria chão! Mas... NADA!!! Quando penso que é o fim, que enfim encontrei o fundo desse poço sem fundo, caio um pouco mais...

Durante anos, enquanto carregava aquela cruz que não me pertencia, passei pela vida sem vivê-la... passei pela minha juventude sem me permitir apreciar o brilho do sol que banhava meus dias ou os mistérios da lua que inundava as noites... Durante anos tive medo de seguir por caminhos floridos por lembrar a dor dos espinhos que ainda estavam cravados na minh’alma... Durante anos me exigi racionalidades de adulta, de profissional, de mulher, sufocando a espontaneidade inocente da criança alegre e vivaz que havia em mim... E com isso construí rígidas muralhas de seriedade, de sobriedade, de sensatez... tornei-me uma “fortaleza” admirável àqueles que não percebiam que tudo isso era uma defesa, uma forma ingênua e insana de me proteger de tudo... do mundo... da vida... como se fosse possível!

Somente eu sabia que aquilo era tudo, menos viver... E meus muros de proteção foram crescendo, dia após dia, ano após ano, causando uma ilusão de segurança tamanha que chegava a convencer a mim mesma... Até que um dia, alguém finalmente conseguiu furar o cerco... encontrou uma pequena brecha no meu muro medieval e adentrou os calabouços daquele castelo a tanto tempo abandonado... Revirou... remexeu... abalou suas estruturas... suas paredes ruíram... Tudo o que estava guardado sob sete chaves durante todos aqueles anos veio à tona... Mas ele não despertou somente a criança adormecida lá dentro... Junto dela vieram todos os seus medos e fantasmas... os seus brinquedos e também as armadilhas... O castelo tornou-se então um labirinto... enquanto ele abria uma porta à sua frente, outra atrás de si se fechava... Um castelo assombrado??? Certamente...

Durante anos me digladiei com meus próprios dragões interiores e acreditava tê-los vencido, ou ao menos acreditava que fossem apenas moinhos de vento... até aparecer aquele cavaleiro montado em seu cavalo branco e libertá-los todos outra vez... Então a minha arena emocional se abriu novamente e eu tive que enfrentar de novo dragões e fantasmas, bruxas e leões... imaginários... inimagináveis... mas todos tão reais...

Por que tantas armadilhas? Pra que tantos labirintos? Se o meu castelo de auto-proteção caiu, por que os monstros não ficaram soterrados sob os escombros? Por que, se não era a eles que você buscava libertar?

E eu, que por muito tempo me puni sem merecer, agora sou punida por isso?! Por muito tempo me puni sem ao menos o saber e, por isso mesmo, também puni você... Então, agora, sou punida por merecer?! Em vão tento entender... Por que será que eu não posso ser igual a todo mundo e aceitar as coisas como elas devem ser, sem precisar sempre entender o porquê?! Será que só por isso eu tenho que sofrer?! Será que isso tem, necessariamente, que te fazer sofrer?! Será que eu vou sempre sentir tanta necessidade de tudo e a todos entender?! Quem será que inventou o maldito por quê?!

Infelizmente eu sou assim, questionadora... sempre fui, talvez sempre vá ser... Você já considerou isso como uma qualidade, lembra?! Mas isso foi antes de tudo virar “tudo isso que já não é mais nada disso”... Desculpe-me se hoje, você não é capaz de entender... Se hoje sou culpada, assumo a minha culpa... a culpa de não ter aceito ser feliz... A culpa de me impor um peso que eu sequer percebia que carregava... e de continuar carregando-o sem entender por que você tanto me dizia para ser mais leve... Justo eu, que tanto gosto de entender o porquê das coisas, continuei carregando esse peso que não tinha por que, sem ao menos me perguntar por quê... Mas não me culpe por não tê-lo largado, mesmo depois de você ter-me alertado... meus olhos estavam vendados, meus ouvidos fechados... Se não larguei a minha cruz, se não ouvi você, não foi por querer... Afinal, quem é que gosta de sofrer?! Quem, em sã consciência, trocaria o prazer do amor pelo martírio da dor?!

Não me puna mais... não me culpe mais... Deixe-me apenas viver o meu amor em toda a sua plenitude! Pouco me importa se ele agora é platônico... apenas quero vivê-lo para amanhã não sucumbir novamente diante da dor... apenas “quero vivê-lo em cada vão momento/ e em seu louvor hei de espalhar meu canto, e rir meu riso, e derramar meu pranto/ ao seu pesar ou seu contentamento”... Apenas deixe-me vivê-lo, que pra mim ele é importante... Não me importa se agora achas que me humilho... também já me julgaste arrogante... Mas nem sou isso nem aquilo... sou apenas o monstro que libertaste... sou apenas o peso do qual te livraste... Agora, eu apenas “quero amar, amar perdidamente... amar só por amar”... Amar, não para satisfazer a ninguém, mas apenas pra extravasar a imensidão desse sentimento que há em mim... Se ele não te serve, que pena! Só me resta senti-lo... e eu vou! Porque ele é verdadeiro e não espera recompensas nem retribuição, ele simplesmente existe e eu vou senti-lo até que ele se vá... Nunca mais aprisionarei meu coração, tornando-o escravo de feridas mal curadas, de amores mal vividos, de histórias mal resolvidas... Adoro usar as reticências, mas elas só ficam bem na literatura... A vida real fica melhor com ponto final.

Ao contrário de tudo o que hoje vês em mim... Não, eu não quero um carro novo... eu preferia o conforto de estar agarrada a ti, sobre duas rodas, sentindo o vento bater no meu rosto e trazendo o teu cheiro pra dentro de mim... Não, eu não queria o luxo de um apartamento reformado, com gesso no teto e espaço suficiente pra nos distanciar... Não, eu não queria ser maníaca por limpeza, nem neurótica por organização, nem perfeccionista “pé-no-saco”... Eu preferia que você tivesse me ensinado a ser leve assim como eu te ensinei a gostar de cebola...

Não, eu nunca quis te expulsar da minha vida, como eu fiz...

Na verdade, tudo o que eu REALMENTE queria o TEMPO TODO era poder ver a verdade enquanto verdade... Na verdade, tudo o que eu queria era não descobrir que as verdadeiras verdades eram as minhas; tudo o que eu queria era descobrir que eram verdades as TUAS verdades... Tudo o que eu queria era estar errada... como SEMPRE... de novo... Tudo o que eu queria era TUDO (ou quase) DE NOVO... Tudo o que eu queria era ter os teus pés sujos sobre os meus lençóis alvos... Tudo o que eu queria era ter pra sempre a tua “bagunça de coisas aparentemente sem sentido” espalhadas pela casa, ao meu redor, quebrando a harmonia desarmônica que o meu insuportável senso de organização impunha... Tudo o que eu queria juntar tuas cuecas e meias espalhadas pelo chão, não pra te ligar às sete da matina reclamando, mas sim pra poder continuar sentindo teu cheiro por todos os cantos enquanto estavas ausente, lembrando o quanto é forte a tua presença na minha vida... Tudo o que eu queria era poder te receber com um tapete vermelho ao entrar na nossa casa, ao invés jogar aos teus pés um velho fundo de gaiola de flandre tingido com logomarcas conhecidas...

Tudo o que eu queria era poder repetir o melhor passeio da minha vida, no mais precário transporte em que já andei e ainda assim me sentir a mulher mais feliz do mundo por isso e, mesmo com o traseiro doendo pelo desconforto do banco e os músculos contraídos pelo esforço pra me segurar, poder dar risada que nem menina travessa que acaba de realizar uma grande aventura... Tudo o que eu queria era o cheiro, o sal e o calor do teu suor na minha pele outra vez, pra depois tomarmos um banho... aquele... lavando um ao outro como só nós dois sabemos, pra depois suar tudo outra vez...

Tudo o que eu queria era o cheiro do mato, precariamente iluminado por entre as árvores pela cumplicidade da lua confidente, enquanto amor e química se misturavam indistintamente em nossos corpos, que por instantes traíam as leis da Física, ocupando um único espaço a um só tempo... Tudo o que eu queria era a opacidade de um vidro que encobria, sob os raios do sol a pino, momentos de tamanha sublimidade que mereciam ser publicados se não corressem o risco de serem interpretados como atentado ao pudor... Tudo o que eu queria era o aconchego com sabor de lar dum cubículo alugado onde a gente pudesse ser dois, três... quem sabe quatro... rolando pelo chão, diante da tv, todos deitados no tapete da sala ou no mesmo colchão... Tudo o que eu queria era uma velha cama de solteiro onde eu pudesse dormir imóvel a noite inteira e acordar no dia seguinte com um sorriso de orelha a orelha por ter dormido como um anjo... por ter dormido COM um ANJO... Por que eu precisaria de uma cama “king size” se o meu corpo só encontra paz nos teus braços, se a minha cabeça só encontra repouso no teu peito?! Tudo o que eu queria era que, ao fim de cada dia, ainda pudéssemos trocar confidências, imaginar loucuras, sonhar acordados, viajar juntos por dimensões às quais só um é capaz de transportar o outro, fazer planos para o futuro enquanto construíamos o presente olhando na mesma direção, trocar idéias que alimentavam nosso elo de cumplicidade, sermos os melhores amigos e depois nos amarmos como ninguém jamais amou e dormirmos abraçados, naquele suspiro uno de PAZ! Tudo o que eu queria era poder te surpreender com jantares à luz de velas ou com pequenos mimos espalhados pelos cantos da casa enquanto você me buscava sorrindo, só de saber que eu estava ali te esperando, escondida em algum lugar com o coração aos saltos...

Não, essa história não foi um filme de terror... ela foi por muito tempo um tórrido romance de amor... Mas, como em toda história, cabe a cada um guardar dela os trechos que lhe são mais marcantes...

Ao contrário de tudo o que hoje vês em mim... eu continuo sendo apenas aquela menina assustada que ficou presa no castelo... só que agora, sem muros nem paredes que me protejam...

Tudo o que eu queria era ter entendido antes que aquela cruz não era minha, que eu não a merecia, que nunca precisei carregá-la...

Tudo o que eu queria era ter ouvido os teus sinais de alerta e os teus gritos de “socorro” enquanto ainda havia tempo... enquanto eu ainda estava em terra firme... enquanto ainda havia brasas pra soprar...

Tudo o que eu REALMENTE queria era o que eu tinha e a mim me negava por duvidar de meus próprios méritos...
TUDO O QUE EU REALMENTE QUERIA, EU ENCONTREI EM TI, NAS TUAS INCONTÁVEIS QUALIDADES E NOS TEUS "GRANDES DEFEITOS"... TUDO O QUE EU SEMPRE QUIS PRA MIM, EU TIVE QUANDO "GANHEI" VOCÊ... MAS QUANDO TE ENCONTREI, JÁ TINHA DECIDIDO NÃO QUERER MAIS TUDO AQUILO QUE SEMPRE QUIS... Mas você chegou... entrou... invadiu... sem reservas... sem medo... me pegou desprevenida... jogou por terra todas as "convicções" que eu levei anos pra me "convencer" de que eram minhas...

Atrevido... destemido como menino que é... determinado como o homem que é... num piscar de olhos... numa troca de olhares... num sorriso... num beijo... sem qualquer esforço pôs abaixo cada tijolo das muralhas que eu levei anos pra levantar ao meu redor... "E me assustei... não sou perfeita... tive medo..." me senti ameaçada... não soube lidar com tamanha revolução íntima... Eu não estava preparada pra te amar... Eu não estava preparada pra ser tão amada... Duvidei! Questionei! Inquiri! Briguei! Fugi! Lutei! Contra você... contra o teu amor... mas acima de tudo contra mim mesma! Enfim, eu não sabia como administrar o conflito entre o que eu sentia, o que queria e o que temia... E por fim, destruí... a você? a mim? ao amor que me "ameaçava"? Não sei... ao invés de monstros e fantasmas, no fim das contas somente eu fiquei soterrada sob os destroços do meu castelo utópico, das minhas muralhas de ilusões... Tarde demais?! E daí?! Alguém pode me condenar por não ter percebido as coisas no seu devido tempo?! Quem pode ser condenado por ser "inocente"?! E quem determina o tempo certo das coisas?! TUDO acontece a seu tempo... Se não via antes o que vejo agora, talvez o tempo estivesse correndo contra mim... ou talvez eu estivesse correndo contra o tempo certo dos acontecimentos... talvez agora ele esteja a meu favor... talvez eu esteja correndo atrás do tempo perdido... desperdiçado... Quem controla o tempo?! NINGUÉM!!! Não adianta se iludir... Ele é senhor de si e do universo! É algoz e réu... é dor e bálsamo... amigo e traiçoeiro... mocinho e vilão... Não importa de que lado ele está no momento pra cada um... "O tempo é o senhor da razão"... é ele quem controla TUDO!

Caras Como Eu
(Titãs)

Caras como eu
Estão ficando raros
Como cabelos ralos
Que se partem e caem pelo chão

Caras como eu
Estão tirando o pé
Andando em marcha-ré
Com medo de entrar na contramão

Como trens do interior
Que não chegam no horário
Como velhos elefantes
Que morrem solitários

Caras como eu
Estão ficando chatos
Como solas de sapatos
Que se gastam
Com o passar do tempo

Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
Como palavras de amor
Que não se guardam em disquetes
Como segredos sem valor
Que a gente nunca esquece

Caras como eu
Estão ficando velhos
Calçando os seus chinelos
Concluindo que não há mais tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo

Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo

domingo, 19 de outubro de 2008

Efeito Dominó

Não sei bem ao certo por que, mas às vezes (pra não dizer o tempo todo) a vida parece funcionar sempre numa seqüência lógica – e talvez seja mesmo – de fatos que mesmo não tendo qualquer relação aparente entre si, parecem conseqüências uns dos outros...

Lei de Murphy?! Reação em Cadeia?! Causa e Efeito?! Teoria do Caos?! Efeito Dominó?!
Sei lá, hein! Mas o fato é que “a vida vem em ondas, como o mar... num indo e vindo infinito...”; em marolas que de uma hora pra outra se transformam em tsunamis... e, por hora, parece que “a bruxa anda solta”! E não é que ela resolveu sobrevoar a minha cabeça!!! Não sou lá muito supersticiosa não, mas... Saravá!!! Axé!!! Shalom!!! Oxalá!!! Halloween?!?!?!

Afinal, é outubro não é mesmo?! E ainda nem chegou 31... Acho que nesse dia, é melhor nem sair de casa... Aliás, muito bem lembrado... 31 DE OUTUBRO!!! Será que quem nasce nessa data é mesmo bruxo de verdade e eu convivi com ele sem sequer saber?! Pensando melhor, acho que eu deveria ser um pouquinho mais supersticiosa... ou... seria o contrário?! Será que eu sou tão supersticiosa que atraí um bruxo e mesmo tendo conseguido me libertar do seu feitiço fui “amaldiçoada” pelo resto desta existência?! Eu hein?! Eu devo ter sido uma menina muito má em vidas passadas pra ter reencarnado com esta missão...

Ontem, mais uma experiência sinistra, bizarra... que alguém suavizou com o nome gentil de "aventura"! Parece que estou ficando "aventureira" demais...
Sempre ouvi dizer que depois da tempestade vem a bonança, mas... depois de tantos feitiços, mandingas, bruxarias, magias, pragas, caês, carmas ou sei lá eu o quê, até hoje eu estou esperando por essa calmaria... e quando penso que ela chegou, tento levantar e encontrar um porto seguro, vem nova tempestade e vira o rumo do meu leme...

Mas tudo bem! Eu continuo navegando e enfrentando o mar bravio... uma hora eu sei que vou aportar! As tempestades têm passado e o meu barco tem resistido a todas elas... ele não espera pela bonança... ele segue mar a dentro em busca do seu porto... quem sabe, de uma pequena ilha (que não precisa ser deserta, é claro!)!!! O que importa mesmo, é que bruxas(os) podem sobrevoá-lo e até causar maremotos pra tentar naufragá-lo, mas ele resiste!

Acho que eu devo aproveitar a lua cheia deste fim de semana e tomar um banho de mar... um banho do melhor sal da terra pra espantar os maus-olhados... as mazelas... as urucubacas...
Hummmmmm... de repente, fiquei tão supersticiosa!!!


AAAAAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!! AAAAAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Como árvore

Ficar adulto é inevitável, mas crescer... é uma questão de escolha...Entretanto, em ambos os casos, é sempre preciso fazer escolhas... mas para crescer é preciso saber crescer...
Pra crescer... na vida... como pessoa... como profissional... como ser... como gente... é preciso saber "ser grande" sem se deixar ofuscar pelo ilusório brilho fugaz do "tornar-se grande"...

À medida que você vai crescendo, suas escolhas vão te fazendo crescer (ou não!)... e como árvore, você pode escolher ser os galhos, mais destacados, sempre almejando o topo... sempre num nível de visão mais elevado... sempre buscando se expandir... aparecer... sempre em busca de chegar cada vez mais alto, cada vez mais longe... tomando cada vez mais espaço... até que um dia, de tanto se estenderem na busca incessante de ir além de si mesmos, os galhos se tornam frágeis, ressequidos... terminarão quebrando ou sendo podados para darem lugar a outros galhos... a flores... talvez frutos...

Mas você também pode preferir ser raiz, mesmo sabendo que nunca vai aparecer... que nunca irá estar no topo... que nunca irá se sobressair aos demais e se tornar o centro das atenções; e ainda que muitas vezes será usada como suporte pra sustentar e apoiar alguns galhos podres que irão surgir na sua vida...
No entanto, você poderá crescer irrestritamente... e quanto maior for esse crescimento, mais profundo e consistente irá se tornar... mais forte será... maior será a sua importância como parte do todo... maior será o seu valor como sustentáculo das partes que formam essa árvore... e ainda que ela seja cortada, só restará a você o papel de fazer seus galhos brotarem de novo...

Ser "GRANDE" nem sempre significa estar no andar mais alto, no nível mais elevado de visão... nem sempre significa ser o centro das atenções...
Pra se destacar, nem sempre é necessário estar no meio do palco, diante dos holofotes... Às vezes, é muito mais importante estar por trás das cortinas fechadas...
Pra ser realmente grande, não é preciso estar em cena, representando e recebendo os aplausos... Você pode ser muito maior estando nos bastidores, movimentando as engrenagens do maquinário que rege o espetáculo da vida...

A árvore pode facilmente tombar tanto mais alta seja, mas pra destruir suas raízes, há que se cavar profundamente nas entranhas da terra...

Crescer e ser grande são coisas completamente distintas... Crescer e ser grande são valores que, às vezes, podem ser tão diferentes... E cabe a cada um, de acordo com suas escolhas, seus princípios, escolher entre crescer e ser grande... ou, quem sabe, ao tornar-se adulto, crescer sabendo ser gente grande...