"A vida é uma farsa que todos devem representar. A nossa pálida razão esconde-nos o infinito..." (Rimbaud)
"Vida é o drama criativo da existência." (Arthur da Távola)
“A vida, afinal, talvez seja uma encenação do desespero”. (Alberto Raposo Pidwell Tavares)




terça-feira, 20 de abril de 2010

"De Mulher pra Mulher", mesmo não sendo Marisa...

Não era, nem de longe, a minha mais remota intenção publicar um texto hoje - véspera de feriado, dia estressante de trabalho, finalzinho de tarde, cheiro de preguiça pairando no ar quente e abafado de Fortaleza, com promessa de noite de chuva daquelas que dão uma vontade enoooooorme de se jogar no sofá da sala, bem aconchegada naquele colinho com sabor de "vem-qu'eu-te-mimo", ganhando um cafuné, comendo pipoca e assistindo (entre carinhos, dengos e suspiros com gosto de paz) a uma boa comédia romântica bem "aguinha-com-açúcar" e exercitando o lado mais "mulherzinha", mais "Amélia" que toda mulher tem e adora ter, mas faz absoluta questão de negar até pra si mesma (tanto maior é o seu esforço pra esconder, pra se mostrar independente, autossuficiente) porque isso a torna vulnerável demais...
Pois bem! acontece que eu me deparei com esse texto da impecável Marta Medeiros no meu e-mail, com um título esperadamente sugestivo considerando-se o fato de ter sido escrito por ela, e foi irresistível publicar! Obviamente os grifos em vermelho são intromissões minhas. É que eu não resisti a isso também... viajei na leitura; parecia que ela 'tava conversando comigo! Aí eu tinha que responder né...
Ela até pode não ser perfeita, já que é apenas, como diz ela mesma, "humildemente uma mulher", mas seus textos, particularmente este, com certeza o são...

MISS IMPERFEITA
'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros. (Muito menos do que eu gostaria, é verdade...)
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO. (Um dia eu aprendo também!)
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. (Em relação ao segundo pedido até que eu fui uma boa menina, mas o primeiro... huuummm! Aliás, até hoje não consegui atender!)
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta (eu tô aprendendo... tô aprendendo...), não é topar qualquer projeto por dinheiro (ah! isso eu não faço mesmo! Ganância é definitivamente contra os meus princípios), não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. (Pior ainda! Tentar atender a todos e ainda se achar dispensável!!!)

Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala. (Ou pra dançar a dois... na sala...)
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. (A Bienal do Livro...)
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias...
Cinco dias! (Uma semaninha?!) :P
Tempo para uma massagem. (Pra ganhar e pra fazer também, de vez quando...)
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
(O prazer que isso dá é IN-DES-CRI-TÍ-VEL!!!)
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. (Adivinha: de borboletas!)
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar. (Fazer outra faculdade; aquela com que você sempre sonhou... :])

Para engravidar. (Quem sabe dessa vez?!)
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. (Na dúvida, escreva simplesmente num blog! Assim você tem certeza de que será "editado"!)
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000
(Eeeca!!! Eu odeio IsSO, da 9000 à 22000), não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. (Já desisti faz tempo! Não quero provar mais nada, principalmente pra mim mesma!!!)
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. (Opa! então nem vai me custar tanto assim...)
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.'
(Ouso dizer que podem mesmo te dar muito mais prazer, incluindo, SIM, o rosto lavado e ainda acrescentando o cabelo esvoaçando ao vento e uma leve espuma salgada desvanecendo sob os pés descalços! Ahhh! isso é que vida... isso é que é 7 estrelas... isso é uma constelação inteira... isso, é PERFEIÇÃO!!!)

(Texto da fantástica jornalista e escritora Martha Medeiros, publicado na Revista do Jornal O Globo e presenteado por uma das pessoas mais especiais que eu já conheci!)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tudo novo... de novo!

Qualquer semelhança é mera coincidência!
Simples assim... :D

http://liliaeooliveira.blogspot.com/2009/12/dezembro.html

Tudo novo de novo - Paulinho Moska
Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos