"A vida é uma farsa que todos devem representar. A nossa pálida razão esconde-nos o infinito..." (Rimbaud)
"Vida é o drama criativo da existência." (Arthur da Távola)
“A vida, afinal, talvez seja uma encenação do desespero”. (Alberto Raposo Pidwell Tavares)




segunda-feira, 4 de maio de 2009

Meus 15 minutos...


Não foram quinze minutos de fama, mas tiveram o inestimável sabor do sucesso, da conquista, da vitória... não foram quinze minutos de fama, mas tiveram o mesmo valor da glória... uma glória sem publicidade, sem aplausos, sem flashes... mas a glória anônima e pessoal de quem conquista o grande prêmio: a certeza de que o teu amor ainda é meu...

Quinze minutos, não mais que isso, de novo nos teus braços... no teu peito... respirando o teu cheiro... sentindo o teu calor, a tua pele, a tua proteção, o teu carinho, o teu aconchego, a tua saudade recíproca, o teu AMOR... teus dedos deslizando nos meus cabelos num gesto tão familiar, tão natural e espontâneo, tão experiente e habitual de quem conhece cada ínfimo detalhe da pessoa que eu sou... cada gosto e vontade mais íntimos do meu ser... o gesto seguro de quem me tem e me sabe tão bem... às vezes melhor que eu mesma...

Quinze minutos da mais pura e sublime felicidade... Quinze minuto suspirando a paz há tanto tempo esquecida... a paz que dispensa palavras... a paz inquebrantável que se partilha em silêncio, no diálogo mudo e tácito da troca de olhares brilhantes que contêm todas as palavras que só o amor verdadeiro sabe dizer... a paz partilhada simplesmente na batida dos corações descompassados pulsando no mesmo compasso... a paz da cumplicidade... a paz do amor incondicional... incomensurável...

Meus quinze minutos que não foram de fama, mas que me fizeram brilhar, cintilando de felicidade... Meus quinze minutos que não foram de fama, mas que me transportaram novamente àquelas dimensões transcendentais de mundos aos quais nos conduzíamos frequentemente nos nossos momentos da mais íntima e profunda entrega...

Quinze minutos - não de fama - mas capazes de reafirmar que o nosso amor está escrito nas estrelas que tantas vezes contemplamos... Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços, atendendo ao convite espontâneo da forma mais doce e peculiar que tens de me oferecer teu colo, teu peito... meu ninho...

Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços e o meu universo se recompôs em segundos, fazendo-me sentir uma vez mais a mulher mais feliz do mundo... Quinze minutos - não de fama – mas capazes de confirmar o que você sempre me disse: “somos, SIM, almas gêmeas e o nosso amor não nasceu nesta vida, mas muitas vidas antes”... Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços me disseram que tudo o que eu ouvi é verdadeiro: que o "feiticeiro imaginário" estava certo; que o "oráculo nórdico" não mentiu; que não foi à toa que as luzes te iluminaram, guiando os teus pés a seguirem por um caminho que te leverá sempre em direção ao meu ... Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços me disseram que o nosso amor está vivo... que o teu corpo continua sendo o meu abrigo... que o teu coração continua comigo...

"Acabar?
Não vês que acabas todo o dia...
Que morres no amor...
Na tristeza...
Na dúvida...
No desejo...
Que te renovas todo dia...
No amor...
Na tristeza...
Na dúvida...
No desejo...
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Não ames como os homens amam.
Não ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.

Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo...
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos
Humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor...
... E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que é eterno."