"A vida é uma farsa que todos devem representar. A nossa pálida razão esconde-nos o infinito..." (Rimbaud)
"Vida é o drama criativo da existência." (Arthur da Távola)
“A vida, afinal, talvez seja uma encenação do desespero”. (Alberto Raposo Pidwell Tavares)




terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu quero tanto encontrar a pessoa errada...

Hoje eu realmente precisava escrever... escrever pra desabafar; escrever pra externar a invasão sentimentalista que sufoca a minh'alma; escrever pra xingar, nem que seja a mim mesma; escrever pra extravasar... mas simplesmente nada flui... nenhuma palavra parece boa, nenhuma idéia é suficientemente clara, nenhuma frase parece se concatenar com as demais... tudo é uma confusão de emoções, sensações e pensamentos que misturam nostalgia, melancolia, ansiedade e sei lá eu o que mais... Só sei que existe um sentimento confuso e sufocante querendo ser expresso e eu não sei como...

Aí me veio esse texto que, se não diz exatamente o que estou sentindo - porque afinal de contas nem eu saberia dizê-lo -, ao menos retrata muito bem essa confusão interior que me invade e consome neste instante... e eu vejo que ele nem precisa fazer sentido com tudo isso que estou dizendo, porque eu nem sei se faz algum sentido estar me sentindo assim...

"Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,
faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
que é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te encha de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: 'Graças a Deus deu tudo certo.' Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente..." (Luis Fernando Veríssimo)

Você é errado na medida exata pra mim, mas acho que eu sou errada demais pra você...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Meus 15 minutos...


Não foram quinze minutos de fama, mas tiveram o inestimável sabor do sucesso, da conquista, da vitória... não foram quinze minutos de fama, mas tiveram o mesmo valor da glória... uma glória sem publicidade, sem aplausos, sem flashes... mas a glória anônima e pessoal de quem conquista o grande prêmio: a certeza de que o teu amor ainda é meu...

Quinze minutos, não mais que isso, de novo nos teus braços... no teu peito... respirando o teu cheiro... sentindo o teu calor, a tua pele, a tua proteção, o teu carinho, o teu aconchego, a tua saudade recíproca, o teu AMOR... teus dedos deslizando nos meus cabelos num gesto tão familiar, tão natural e espontâneo, tão experiente e habitual de quem conhece cada ínfimo detalhe da pessoa que eu sou... cada gosto e vontade mais íntimos do meu ser... o gesto seguro de quem me tem e me sabe tão bem... às vezes melhor que eu mesma...

Quinze minutos da mais pura e sublime felicidade... Quinze minuto suspirando a paz há tanto tempo esquecida... a paz que dispensa palavras... a paz inquebrantável que se partilha em silêncio, no diálogo mudo e tácito da troca de olhares brilhantes que contêm todas as palavras que só o amor verdadeiro sabe dizer... a paz partilhada simplesmente na batida dos corações descompassados pulsando no mesmo compasso... a paz da cumplicidade... a paz do amor incondicional... incomensurável...

Meus quinze minutos que não foram de fama, mas que me fizeram brilhar, cintilando de felicidade... Meus quinze minutos que não foram de fama, mas que me transportaram novamente àquelas dimensões transcendentais de mundos aos quais nos conduzíamos frequentemente nos nossos momentos da mais íntima e profunda entrega...

Quinze minutos - não de fama - mas capazes de reafirmar que o nosso amor está escrito nas estrelas que tantas vezes contemplamos... Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços, atendendo ao convite espontâneo da forma mais doce e peculiar que tens de me oferecer teu colo, teu peito... meu ninho...

Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços e o meu universo se recompôs em segundos, fazendo-me sentir uma vez mais a mulher mais feliz do mundo... Quinze minutos - não de fama – mas capazes de confirmar o que você sempre me disse: “somos, SIM, almas gêmeas e o nosso amor não nasceu nesta vida, mas muitas vidas antes”... Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços me disseram que tudo o que eu ouvi é verdadeiro: que o "feiticeiro imaginário" estava certo; que o "oráculo nórdico" não mentiu; que não foi à toa que as luzes te iluminaram, guiando os teus pés a seguirem por um caminho que te leverá sempre em direção ao meu ... Quinze minutos - não mais que isso - de novo em teus braços me disseram que o nosso amor está vivo... que o teu corpo continua sendo o meu abrigo... que o teu coração continua comigo...

"Acabar?
Não vês que acabas todo o dia...
Que morres no amor...
Na tristeza...
Na dúvida...
No desejo...
Que te renovas todo dia...
No amor...
Na tristeza...
Na dúvida...
No desejo...
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Não ames como os homens amam.
Não ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.

Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo...
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos
Humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor...
... E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que é eterno."

terça-feira, 7 de abril de 2009

Invasão de Privacidade

“Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão

Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende...”

Eu caminho sobre a areia movediça; não tente seguir meus passos pelo rastro que eu não deixo na estrada por onde sigo! Se o meu caminho não é florido o bastante pra ser trilhado lado a lado, se a terra em que piso não é suficientemente firme para os teus pés, se a direção que sigo não é a mesma para a qual tua bússola aponta, que te importa onde ela vai me levar?! Que te importa pra onde estou indo ou onde quero chegar?! Basta saber que essa minha estrada já não é a mesma por onde segues... basta saber que não corres o risco de vê-la cruzar a que escolheste, porque leva a uma direção completamente oposta... basta saber que ainda se fossem paralelas, não haveria ponto algum no infinito onde nossas estradas pudessem se encontrar novamente, simplesmente porque pertencem a universos distintos... Então, “se não faz sentido, discorde comigo, não é nada demais! São águas passadas... Escolha uma estrada e não olhe, não olhe pra trás...” Nenhum passado pode se manter presente, assim como não adianta querer reviver o passado no futuro... ou ainda pior... construir um futuro sobre os escombros do que não foi possível construir no passado... Não há o que esperar! Não há porque saber de mim... Pra que olhar pra trás se é pra frente que caminhamos e cada passo a diante nos distancia ainda mais?! Não se esforce tentando enxergar o vulto que some nesse horizonte atrás de você! Não gaste seu tempo com reminiscências do passado... Não adianta! São caminhos diferentes, velocidades desiguais, sentidos opostos... logo, novos deslumbramentos se descortinarão à sua frente... novas estradas... novos caminhos... novas pessoas... e outros tantos novos deslumbramentos... você nem ao menos lembrará se havia outra estrada, tampouco alguém caminhando nela... E quando você sentir falta e se lembrar novamente de olhar o que deixou pra trás, o vento já terá apagado qualquer vestígio das pegadas que eu deixei enquanto caminhamos juntos... Esqueça! Por que procurar saber pra onde ou de que jeito estou indo?! É suficiente saber que estou indo pra longe... pra muito além de você...

sábado, 7 de março de 2009

Até quando?!

Será que um dia tudo isso vai ser diferente?! Será que um dia eu ainda vou conseguir mudar?! Ou será que vou viver pra sempre a busca do nunca encontrar?!

Até quando?!
Até quando irá prevalecer em mim a doce ingenuidade de menina sonhadora, a despeito de tantas experiências já vividas?! Até quando a vida vai me impôr lições que eu me nego a aprender... até quando ela vai me mostrar realidades nas quais teimo em não crer?! No final, qual de nós duas irá vencer?!

Às vezes parece que vou finalmente derrotá-la; noutras, tanto faz... já não tenho mais nada a perder...

Quantas vezes mais será necessário eu tropeçar, desabar, cair e outra vez levantar, acreditando que dali em diante tudo será diferente, até cair de novo e perceber que as porradas que já levei da vida, ainda não foram o suficiente?!
Até quando eu e a vida travaremos esse íntimo duelo: ela me dizendo pra desistir de amar e eu esperando encontrar o meu príncipe sem castelo...! Ela me coroando com feridas e dor, e eu insistindo em lutar pelo que eu quero...

Ah! de que me serve tanta determinação?! De que me adianta ser tão obstinada, se cada vez que penso estar na direção certa, me pego a caminhar pela mesma tortuosa estrada?! e no final dela, tudo o que encontro é uma porta fechada... Esforço-me pra tentar abri-la, mas é em vão... o que há por atrás é somente desilusão, mais nada!
É como caminhar no escuro tateando as paredes até se acostumar com as trevas pra se sentir novamente seguro... Então, quando seus olhos já se habituaram à escuridão, de repente se acende uma luz, tão forte, tão intensa que te seduz e por um longo tempo te ofusca a visão... e você, entre tonto e deslumbrado, anseia por enxergar com maior precisão o que está do outro lado. Mas quando a vista desencandeia e você pensa que vai finalmente encontrar a porta que tanto buscou no escuro, percebe que nada há diante de si... já não há saída; você bateu de novo com a cara no muro... Até quando?! Até quando terei que deixar o que buscava no ontem ser novamente adiado para o futuro?!

Até quando?! Até quando e quantas vezes mais vou precisar ouvir juras de "amor eterno" pra entender o quanto o "eterno" dos outros pode ser fugaz?!
Até quando e quanto tempo mais ainda vou insistir em encontrar um amor daqueles que com o tempo não se desfaz?! Até quando e quantas vezes mais?! Até quando e quantas vidas mais precisarei viver, pra desistir da minha estranha faceta de alimentar sonhos de Alice, em busca de um amor de Romeu e Julieta?!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cedo demais...

Love In The Afternoon
(Renato Russo)

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais.

[...]

Eu continuo aqui,
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer...

Vai com os anjos! Vai em paz!
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez.

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais

E cedo demais
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre, mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais...

E eu nem tive tempo de te ver uma vez mais...
E agora, mais perguntas sem respostas se amontoam na minha mente já tão conturbada de emoções estranhas e às vezes até contraditórias... Tudo de que eu não precisava neste momento era de mais um porquê... mas não adianta, não tem como entender... E tudo o que eu realmente queria em momentos assim, era ser igual a todo mundo que eu conheço e me conformar com o que não tem explicação... "Queria ser como os outros e rir das desgraças da vida, ou fingir estar sempre bem." Queria simplesmente não pensar em nada e aceitar sem qualquer reação que amar não é uma escolha... e que perder não é uma opção... "Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis, só não aprendi a perder!"

Por que tinha que ser tão cedo??? "Mas eu sei
que você está bem agora"... "Vai com os anjos! Vai em paz!"

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

I won't ask again...


Will You Still Love Me Tomorrow
Amy Winehouse

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
Or just a moment pleasure
Can I believe the magic of your sight
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now and
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

Nem eu mesma sei até que ponto isso importa, nem eu mesma sei se quero de verdade saber!Embora eu sempre prefira verdades ainda que cruéis a mentiras doces e amenas, até que ponto realmente preciso dessa resposta neste momento?!

Mas... sem questionamentos, eu deixaria de ser EU! São as minhas tantas perguntas quase sempre sem resposta que me fazem ser quem eu sou. São elas que me tornam admirável ou detestável... inaceitavelmente insana ou insuportavelmente equilibrada... excessivamente racional ou desmedidamente emotiva... é a minha incessante busca pela verdade que atrai ou afasta as pessoas de mim... Porque a despeito de tudo o que já vivi, eu ainda não consegui aprender que não posso esperar que os outros sejam tão transparentes quanto eu... e eu ainda consigo me decepcionar quando as máscaras se tornam insustentáveis... e eu ainda consigo me horrorizar quando vejo os "ratos brincando de esconde-esconde" pra disfarçar atitudes asquerosas e pra encobrir a imundície de suas verdadeiras faces... e eu ainda consigo me magoar quando percebo que as pessoas não são realmente boas e corretas até que me provem o contrário, porque elas sempre provam...

Então eu não sei se realmente ainda vale a pena questionar a verdade alheia, ou se é melhor confiar na minha intuição, no meu sexto sentido... e fingir que acredito sem esperar que a minha boa fé não seja enganada de novo... e quando as máscaras caírem, não me sentir um peixe fora d'água, como se a estranha fosse eu, por estar de cara limpa num baile de máscaras...

Por que eu busco sempre as faces encobertas se sei que elas nunca são mais agradáveis que a fantasia que as protege? Talvez eu seja masoquista... ou quem sabe eu ainda esteja esperando encontrar algum desvairado feito eu, que foi ao baile sem vestir alegorias...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Há outras coisas no caminho aonde eu vou...

2009... Dois mil "inove"... Inovação... renovação... recomeço...

Mais um ciclo se fecha para que um novo se inicie... ou seria mais um ciclo que se inicia pra que o anterior possa terminar em paz?! Não importa! A seqüência dos fatos não altera os resultados e é muito bom ter consciência da duração dos nossos ciclos de vida!

Hoje, fecho mais um dos meus ciclos trienais e inicio um novo, onde o sabor e o prazer misterioso e ao mesmo tempo assustador do desconhecido me conduzem... E eu quero experimentar cada um deles, sabores e prazeres... medos, escuridão e cores... quero senti-los todos a seu tempo, cada um de uma vez ou todos ao mesmo tempo... tanto faz, desde que eu possa viver intensamente cada momento desse novo tempo, dessa nova fase, desse novo ciclo, dessa nova vida... Ah! isso não muda nunca, nem eu quero que mude! Sempre vivi intensamente tudo o que se interpôs no meu caminho, tudo o que a vida espontaneamente me ofereceu ou tudo o que eu arduamente conquistei... alegrias, tristezas... amores, dores... derrotas, conquistas... vitórias, fracassos... e é exatamente assim que eu gosto que seja; é exatamente assim que eu quero que continue sendo!
É, eu sou assim, MUITO INTENSA SEMPRE !!! Talvez intensa demais pra quem espera conhecer da vida somente o lado bom e não tem coragem de enfrentar os percalços que surgem ao longo do caminho, mesmo sabendo que aquilo que se busca está logo além das pedras... Eu não! Isso é para os fracos... Não dá pra ficar imune a um vírus sem antes tê-lo experimentado no seu próprio organismo. É do veneno que se produz o antídoto, por isso eu não tenho medo de viver intensamente também aquilo que me faz sofrer... Afinal, "a vida não é um parque de diversões"... Eu prefiro VIVER TUDO INTENSAMENTE!!!
Um bom caprino sempre chega perto das nuvens sem tirar os pés do chão e nunca desiste da escalada sem chegar ao topo da montanha só porque a estrada é pedregosa demais... Ele sabe que por mais íngrime e acidentado que seja o caminho, vale a pena contemplar a visão que se descortinará por sobre o despenhadeiro...

Eu vivo em busca do cume da montanha! Eu escalo, piso em falso, tropeço, escorrego, paro... cascos sangrando... chifres envergados sob a impetuosidade dos vendavais... não desisto! Respiro, lambo as feridas e sigo... Teimosa? Determinada? Persistente? Tola? Acorrentada aos meus fardos? Prisioneira das minhas vontades? Chame como quiser...

EU SOU INTENSA!!! Vivo cada momento como se fosse o último... o único... bom ou ruim, vivo-o até que se esgote! Choro as minhas dores com a mesma devoção com que gargalho meus prazeres! E assim, quando chega o que me faz feliz, vivo o lado doce da vida com sabor redobrado, porque já esgotei todo o seu lado amargo. O sol brilha mais forte pra quem sabe sobreviver à treva... E quando a escuridão vier novamente me abraçar, a luz ainda estará ofuscando a minha retina... quando a vida trouxer novamente aos meus lábios o seu fel, vou demorar muito mais pra sentir o seu gosto amargo, pois em meus lábios ainda restará por muito tempo o sabor do mel...

Enquanto isso a vida passa, o mundo gira e as coisas todas mudam de lugar num dado momento, mesmo aquelas que parecem continuar paradas, imóveis no lugar de sempre... porque, na verdade, o que muda é a nossa forma de ver as mesmas coisas e fatos e pessoas... o que muda, de fato, é o nosso novo jeito de olhar as velhas coisas de sempre... É claro que isso não tem uma data fixa pra acontecer, mas há sempre um marco, algo que faz você, de repente, olhar pra vida de um jeito diferente! E é tão bom poder olhar pra trás, analisar, reavaliar e saber exatamente onde você quer que esteja cada coisa... só então você consegue olhar pra frente e esperar ansiosamente, de braços abertos, pelo desconhecido... o novo e desconhecido que estranhamente te faz arrepiar de medo e vibrar de expectativa... Ah! Como é bom sentir outra vez náuseas e pernas bambas, o delicioso arrepio na espinha e o indescritível frio no estômago que o cheiro do novo e desconhecido provoca... [16/01/2009]

Amor pra recomeçar
Frejat

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...

E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Pra recomeçar
Pra recomeçar...

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Pra você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Pra recomeçar
Pra recomeçar...

Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Pra recomeçar...

Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Pra recomeçar
Pra recomeçar
Pra recomeçar...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Verborragia

Tenho evitado escrever ultimamente... não por falta de vontade, necessidade até... ao contrário! meu cerébro tem-se "esvaído" incessantemente em palavras, frases, idéias e pensamentos (às vezes soltos, desconexos) com uma intensidade tão eruptiva que torna difícil concatená-los todos num único texto, suficientemente inteligível pra mais alguém além de mim mesma... Não que eu esteja escrevendo na expectativa de ser lida por quem quer que seja, mas tenho lido tanta verborréia pela internet afora, que me recuso a vomitar meus pensamentos de qualquer jeito...
Quero escrever apenas pra registrar esses momentos em que eclodem da alma os sentimentos e fecundam a minha mente, embrionando idéias que mais tarde talvez eu mesma releia e julgue descabidas, absurdas ou íntimas demais pra estarem assim expostas, como já aconteceu em tantos posts anteriores...
Mas mesmo assim, gosto de poder registrar pra depois relembrar tudo aquilo que pensei num determinado momento ou situação da minha vida, porque o pensamento, rápido que nem faísca, se apaga num sopro de vento e eu já perdi muitos pensamentos que desejava reter, reler, rever como que fotografia, porém não posso porque não os escrevi ou simplesmente joguei-os num pedaço qualquer de papel que estivesse mais à mão e sequer guardei... Ao menos escrevendo aqui, guardo essas faíscas lúdicas que, vira e mexe, escapam do meu imaginário baú de ilusões...
Mas, voltando à minha verborragia, eu poderia escrever sobre "os meus 15 minutos...", gloriosos mesmo não sendo de fama... ou sobre "a insustentável leveza do ser", ou ainda sobre "a hipocrisia humana" ou mesmo sobre "cantadas imbecis"... enfim, talvez eu até transforme tudo isso em posts depois... Depois! Hoje eu quero deixar fluírem os meus desejos de ano novo... Quero firmar meus propósitos e compromissos comigo mesma... quero substituir todas as minhas reticências por pontos finais; nada de coisas inacabadas ou pendentes... quero literalmente iniciar um ANO NOVO, ao invés de simplesmente um novo ano, por mais jargão, clichê ou lugar-comum que essa frase possa soar...
É claro que pra mudar de atitude, de idéia, de vida... ninguém precisa simplesmente de uma virada de ano; isso é apenas um marco simbólico... O amanhã passa a ser diferente no momento em que a gente assim decide! Não importa se é 1 de janeiro ou 9 de agosto. No entanto, janeiro é um mês tão mais bonito... e o número 1 dá sempre uma idéia tão agradável e reconfortante de que estamos apenas começando...
Além disso, eu sempre acreditei (ou percebi) que a minha vida tem ciclos de três anos, então... um motivo a mais pra VIRAR... virar a noite... virar a folhinha do calendário... virar o ano... VIRAR A PÁGINA... da vida! E que venha 2009...
Vanda Vasconcelos, em 31/12/2008