"A vida é uma farsa que todos devem representar. A nossa pálida razão esconde-nos o infinito..." (Rimbaud)
"Vida é o drama criativo da existência." (Arthur da Távola)
“A vida, afinal, talvez seja uma encenação do desespero”. (Alberto Raposo Pidwell Tavares)




terça-feira, 7 de abril de 2009

Invasão de Privacidade

“Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão

Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende...”

Eu caminho sobre a areia movediça; não tente seguir meus passos pelo rastro que eu não deixo na estrada por onde sigo! Se o meu caminho não é florido o bastante pra ser trilhado lado a lado, se a terra em que piso não é suficientemente firme para os teus pés, se a direção que sigo não é a mesma para a qual tua bússola aponta, que te importa onde ela vai me levar?! Que te importa pra onde estou indo ou onde quero chegar?! Basta saber que essa minha estrada já não é a mesma por onde segues... basta saber que não corres o risco de vê-la cruzar a que escolheste, porque leva a uma direção completamente oposta... basta saber que ainda se fossem paralelas, não haveria ponto algum no infinito onde nossas estradas pudessem se encontrar novamente, simplesmente porque pertencem a universos distintos... Então, “se não faz sentido, discorde comigo, não é nada demais! São águas passadas... Escolha uma estrada e não olhe, não olhe pra trás...” Nenhum passado pode se manter presente, assim como não adianta querer reviver o passado no futuro... ou ainda pior... construir um futuro sobre os escombros do que não foi possível construir no passado... Não há o que esperar! Não há porque saber de mim... Pra que olhar pra trás se é pra frente que caminhamos e cada passo a diante nos distancia ainda mais?! Não se esforce tentando enxergar o vulto que some nesse horizonte atrás de você! Não gaste seu tempo com reminiscências do passado... Não adianta! São caminhos diferentes, velocidades desiguais, sentidos opostos... logo, novos deslumbramentos se descortinarão à sua frente... novas estradas... novos caminhos... novas pessoas... e outros tantos novos deslumbramentos... você nem ao menos lembrará se havia outra estrada, tampouco alguém caminhando nela... E quando você sentir falta e se lembrar novamente de olhar o que deixou pra trás, o vento já terá apagado qualquer vestígio das pegadas que eu deixei enquanto caminhamos juntos... Esqueça! Por que procurar saber pra onde ou de que jeito estou indo?! É suficiente saber que estou indo pra longe... pra muito além de você...